A cor dos astros
Esta noite as mãos tremeram e não fizeram nenhuma poesia estúpida, ainda assim.
O coração protagonizou a altura em que o sol se põe, e os corpos não se vêm. Senti-o. Senti como se não houvesse mais nada que eu soubesse fazer. Tinha que ser em segredo.
A certeza que deixa de ser exacta, assim que a novidade predomina. Recolhemo-nos. Os lençóis agradecem sempre. O coração não.
Pomos tudo isto numa prateleira, e esquecemo-nos daquilo que somos, para aquilo que vivemos. Na rua, os loucos, falam em amor – como se pudesse falar em amor. Na rua, os loucos, vivem no corpo de vagabundos insanos, por terem dado a mão à filosofia, ou em vez de à banalidade que nos defronta.
Porque tremem as mãos, se não existem pianos aqui? Para que tremem as mãos, numa noite tão serena? – lembro-me de ti. Tenho-me lembrado sempre de ti, quando a bateria toca, quando leio coisas bonitas. Os loucos falam-me disso em olhares controversos, que não quero compreender. Eles falam-me de ti.
O coração protagonizou a altura em que o sol se põe, e os corpos não se vêm. Senti-o. Senti como se não houvesse mais nada que eu soubesse fazer. Tinha que ser em segredo.
A certeza que deixa de ser exacta, assim que a novidade predomina. Recolhemo-nos. Os lençóis agradecem sempre. O coração não.
Pomos tudo isto numa prateleira, e esquecemo-nos daquilo que somos, para aquilo que vivemos. Na rua, os loucos, falam em amor – como se pudesse falar em amor. Na rua, os loucos, vivem no corpo de vagabundos insanos, por terem dado a mão à filosofia, ou em vez de à banalidade que nos defronta.
Porque tremem as mãos, se não existem pianos aqui? Para que tremem as mãos, numa noite tão serena? – lembro-me de ti. Tenho-me lembrado sempre de ti, quando a bateria toca, quando leio coisas bonitas. Os loucos falam-me disso em olhares controversos, que não quero compreender. Eles falam-me de ti.
Conheces a cor dos astros? A verdadeira cor dos astros.
Consigo fazer força e pegar neles. Uma sabedoria rara, que não quero abraçar. Provocas o esboçar de um sorriso, que equivale a anos de luta e de guerra. A liberdade para sorrir.
Dá-me a tua música – eu dou-te esta força, distorcida e pouco transparente. Dou-te a verdadeira cor dos astros. Astros que tocam numa bateria. Baquetas que soam a uma outra dimensão. Já não quero saber dos astros – nem de ti! Que se faça silêncio. A noite finalmente chegou.
Consigo fazer força e pegar neles. Uma sabedoria rara, que não quero abraçar. Provocas o esboçar de um sorriso, que equivale a anos de luta e de guerra. A liberdade para sorrir.
Dá-me a tua música – eu dou-te esta força, distorcida e pouco transparente. Dou-te a verdadeira cor dos astros. Astros que tocam numa bateria. Baquetas que soam a uma outra dimensão. Já não quero saber dos astros – nem de ti! Que se faça silêncio. A noite finalmente chegou.
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