Um espaço imortal e imoral
Faz frio neste quarto. No prédio mais alto da vida. Que toca os céus, enquanto desaparece. O nevoeiro surge descontrolado – a visão fica baça! Os Deuses conversam sobre a nossa chegada. Os Deuses – incontornáveis e intemporais – discorrem sobre a nossa chegada.
Não existe fim nesta viagem pelas dimensões; que dimensões? Não existe sequer espaço para te dar a mão. As barrigas querem sair pela boca e o peito parece pesado – não é só a falta de oxigénio, pois não?
Enquanto subo pelo tempo, enquanto a minha vida não se transforma em pó, em restos podres de uma simples mortal – não existe espaço para te dar a mão.
O nevoeiro perdeu-me e perdeu-te, consequentemente. Uma visão fosca daquilo que em tempos, foi um bonito pensamento. E subimos aos céus. Oriundos de um planeta vazio de expectativas, e onde tudo se põe em causa – ou devia! Oriundos daí. Desse ninho. Desse berço sem grades, que nos deixa cair a cada passo em falso.
Subimos aos Céus, até aos limítrofes dos Deuses, que esperam por nós – que esperam más notícias de nós.
As minhas mãos já não têm nada e os meus olhos foram desfeitos – consequências da inveja, do egoísmo, de olhar para o que não é, nem nunca poderia ser meu.
Perdi a visão. Perdi a noção. Só oiço o riso dos superiores. Já só sinto este vento e a minha pele húmida, do nevoeiro.
Não sei quem sou. Já não sei quem sou. A minha identidade foi roubada – deram(me) a mais uma estrutura, só física. Deram(me) a um berço, sem grades, outra vez.
Os Deuses só se riem de mim – quero os meus olhos de volta. Prometo não desejar o que não é, nem nunca poderia ser meu. Lamento as vezes que me esqueci de agradecer – a quem quer que seja. (e os risos permaneceram, eternamente, numa mente que se tornou insana. Num sítio imortal – e imoral-. Não existe espaço para te dar a mão – nem para pedir ajuda.)
Não existe fim nesta viagem pelas dimensões; que dimensões? Não existe sequer espaço para te dar a mão. As barrigas querem sair pela boca e o peito parece pesado – não é só a falta de oxigénio, pois não?
Enquanto subo pelo tempo, enquanto a minha vida não se transforma em pó, em restos podres de uma simples mortal – não existe espaço para te dar a mão.
O nevoeiro perdeu-me e perdeu-te, consequentemente. Uma visão fosca daquilo que em tempos, foi um bonito pensamento. E subimos aos céus. Oriundos de um planeta vazio de expectativas, e onde tudo se põe em causa – ou devia! Oriundos daí. Desse ninho. Desse berço sem grades, que nos deixa cair a cada passo em falso.
Subimos aos Céus, até aos limítrofes dos Deuses, que esperam por nós – que esperam más notícias de nós.
As minhas mãos já não têm nada e os meus olhos foram desfeitos – consequências da inveja, do egoísmo, de olhar para o que não é, nem nunca poderia ser meu.
Perdi a visão. Perdi a noção. Só oiço o riso dos superiores. Já só sinto este vento e a minha pele húmida, do nevoeiro.
Não sei quem sou. Já não sei quem sou. A minha identidade foi roubada – deram(me) a mais uma estrutura, só física. Deram(me) a um berço, sem grades, outra vez.
Os Deuses só se riem de mim – quero os meus olhos de volta. Prometo não desejar o que não é, nem nunca poderia ser meu. Lamento as vezes que me esqueci de agradecer – a quem quer que seja. (e os risos permaneceram, eternamente, numa mente que se tornou insana. Num sítio imortal – e imoral-. Não existe espaço para te dar a mão – nem para pedir ajuda.)
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