Estes vazios não são meus; ambos o sabemos.
Ambos sabemos que os pedaços de nada que me compõem – nunca foram meus.
Porque o Sol não é só um astro; porque o mar é só de amar.
Caminhei sobre pés de outros amores que caíram; ambos o sabemos.
Que a verdade não dói – que não ser amada não dói;
Só dói a quimera que é pertencer – a algum lado.

- Silêncio

Agora só existe um piano vazio; um coração a substituir outro.
A eterna sensação de que não pertenço aqui; a eterna (não) sensação.

Um dia o Sol será um astro; o mar não será de amar.
Um dia irás reparar que as nossas mãos não encaixam; que já estás moldado.
Que o futuro é a ilusão dos fracos; é a minha ilusão.
- Silêncio

Vou deixar de me procurar ao teu lado; em sítios onde não estou
Deixar de pensar que o Universo nos juntou; porque era o destino
Os pedaços de nada são o que me completam enquanto tua;

Um vazio eterno, que te faz crer, de que existe um lugar no Céu para nós;
Não existe Céu.
Não existe sequer, um Céu.

Comentários

Anónimo disse…
Sinto que acabei de ler o tom grave da esperança morta. Noto que usas o vazio para guardar as palavras.

"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?"
O que seria da vida, se o mar não fosse de amar? O que seria de todos nós, se não existisse um Céu? - nem que seja um breve Céu na Terra.

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