Tenho pouco tempo; o mundo corre lá fora, e existe um amor para viver, ou invés disto, que dói. No entanto existe também uma alma com pressa, um coração acelerado. O medo constante do vazio, da solidão. Nunca irei entender, a entrega entre as pessoas, que as sufoca, logo depois. Nunca irei entender, a atribuição de nomes a relações humanas – nomes bonitos, por sinal – aquando tudo tem um fim, e dói, e existe um vazio –.

Não me lembrava do que era isto, desde a minha infância – desde os dias de recreio, em que os esforços para me integrar, ultrapassavam o amor que recebia; e as manhãs eram cinzentas, constantemente. Todas elas, um protesto; com argumentos diferentes – mas sempre com argumentos para ficar em casa; o eterno medo do que está lá fora.
Hoje sei que o dia não me faz mal; que existem Sois, e comboios para sítios que estão longe. Hoje sei que posso sair, que posso viver. No entanto, o medo persistirá, uma constante. Os nomes bonitos dados às relações humanas, continuarão a ter a conotação positiva que têm, mas haverá um dia em que não me entrego – em que não acredito nos finais felizes, e na presença constante. Só ai o medo ficará em casa, não eu. Só ai o coração não temerá o desconhecido; ou melhor, não temerá enfrentar o que foi – mas que ele não quer, que seja mais. 

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