No mar. Na terra.

Tenho te escondido palavras, como escudo. Como humana que sou. Tenho te escondido palavras que são tuas; que são nossas. Não é só porque sim, é porque é suposto. É porque o meu silêncio será sempre um manifesto, e os manifestos são para tomar como garantidos aquando a insatisfação.
Hoje não posso esconder palavras; fingir coisas. Hoje não posso não ser inteira contigo.
O mar mostrou-me de novo o quão limpa sou por dentro, vejo-me sempre nele. Não é um exagero ou a incapacidade de observar-me enquanto imperfeita - é exactamente isso. A capacidade de me observar enquanto imperfeita, que me limpa. Depois vejo o meu amor: o meu amor por mim, o meu amor por ti.
No mar ficaram os segredos; em terra ficaram as vontades. Um começo. Um início. Não existe nada mais bonito do que recomeçar. Recomeçar pressupõe a uma não desistência, e não desistir, é das características mais bonitas, que alguém pode abraçar.
Dei-te a mão; dou-te sempre a mão. Estamos nisto juntos. Na luta constante pela felicidade interior; o preenchimento e a realização pessoal. Perdoa-me, por te esconder palavras, por me esconder enquanto prioridade que és. Fá-lo-ei, apenas por necessidade de protecção, mas espero pelo dia em que me olhes, e vejas, que só quero ser um reflexo de amor. Amor (só isto; amor por todos.) E te entregues. Não vai doer, não (te) vou doer.
Obrigada, por me pegares ao colo e sorrires com os olhos. Obrigada, por teres brilhado.
(Já te olhaste ao espelho hoje, e viste como és lindo? Eu olhei-me no mar hoje, e vi como somos lindos.)
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