paz interior
Estou deprimida e deprimente. Nem tudo são coisas boas, nem
todos os motivos que me levam a despejar são positivos. Tenho-me sentido vazia.
Uma eterna sensação de inutilidade. Essa foi talvez das poucas coisas que não
eram parte de mim – as inúteis. Cresci sabendo e ouvindo que fazia coisas boas –
bonitas. Perdi esses hábitos?
Existe uma determinada altura desta passagem em que nos
interrogamos sobre a nossa existência, sobre o que somos ou para que servimos. O
dilema – outra coisa eterna; o dilema.
Gostava de estar certa com esta coisa do karma
embora a percentagem mínima de cepticismo que possuo, me faça crer que
mantenho essa ilusão só e unicamente porque me é conveniente. Não interessa.
Temos que arranjar algo a que nos agarrar e a espiritualidade sempre foi uma
porta para a minha sanidade, para o meu equilíbrio.
Talvez seja isso que me
falta, voltar a meditar a cada noite enquanto tocam CDs de mantras muito
antigos e sou fascinada e inspirada pelas velas que iluminam o buda. O que fica
ali todos os dias, a ver quem entra pela porta do quarto, não permitindo que
entre alguém que me queira mal.
Quem me vir não imagina que dê tanta importância a esta
coisa da espiritualidade. É o segredo (mais ou menos um segredo) meu. Não sinto
que deva explicar-me, não quero sequer ser interrogada. Equilibro chakras. Faço
regressões. Encho-me de energia consoante a cor que necessito perante o dia que
vou enfrentar. (Que bom Marta. Escrever
ilumina-te – era isto que te faltava; recordares a paz interior que consegues
atingir).
Vou acender velas; queimar um incenso. Vou encher-me de paz
e amor próprio “à moda antiga” - escrever deprimida já serviu para alguma coisa.
ao som de: The Piano - Michael Nyman
imagem; Buda Gautama
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