As tuas mãos ferviam e deixavam marcas no meu corpo; suava por cima de ti – por dentro de ti. 
Rasgava-te as meias pretas que me provocavam enquanto te contemplava – inquieta; estremecíamos e fazíamos o nosso próprio abstracto. Tremias (não sei do que), enquanto me apertavas contra a ti.

- Apetece-me fazer amor. – Disse-te.

(Sem espaço para mais desejos enrolaram-se nos cobertores brancos e fizeram parte do cheiro a frutos vermelhos que saía da vela, na mesa-de-cabeceira. Cabelos; só cabelos.
Os peitos encontravam-se; as mãos suavam e os lábios eram mordidos gentilmente.)


As gotas da chuva lá foram, batiam na janela enorme que iluminava o teu quarto – o nosso momento de amor; e nós éramos o oposto da rua – éramos o quente. Sorri-te; os olhos disseram o resto, acompanhando as caricias nos cabelos e os dedos nos teus lábios.
- És linda. – Deitei-me no teu peito e fiquei a imaginar o quanto te quero; o quanto é bom estar aqui.

(apetece-me fazer amor)
Puseste a mão no meu peito e arruinaste a renda nova. (arruinaste-me).
Depois parou de chover.

( )

Comentários