Esta pressão constante que é a de escrever – a de dar
palavras ao nada que me compõe; o frio do tempo tem-me aquecido a alma num
paradoxo comum aos meus dias – a contradição protagonista da infimidade do que
somos.
E nesta tarde calma – e nesta aula calma nada me surge além
da minha companhia de noite – da tua ausência constante para lá do sono. Mas
não é disso que me sinto pressionada a escrever; o frio lá fora até me
aconchega em relação à tua não-presença.
Preciso muito de relva e do que ela nos dá – contacto real e
físico com o que ninguém nos irá tirar – Mãe natureza e essas merdas de que
ninguém me quer ouvir a falar. Seja como for, nunca importou.
There’s no rain outside – fiquei a pensar nisso e na quão
mentira é. Entretanto, parou de chover e os nossos corpos arrastaram-se numa
simplicidade como que se em forma de despedida.
Talvez não te veja nunca mais;
Talvez não volte a doer nunca mais;
Talvez não volte a doer nunca mais;
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