Geralmente esta certeza de ver o Sol nascer dar-me-ia cabo do estômago  Numa adivinhação de insónias, resultado de uma conspiração qualquer entre o meu cérebro e a minha alma (ou então, o resto do corpo, na ausência de uma alma). Hoje foi confortável – adorar uma estrela gigante que resolveu penetrar o resto da minha janela e fazer-me ver de que são mais do que horas para ir dormir. Uma urgência – o descanso. Ainda assim, nunca posso deixar de me sentir controladora relativamente ao bombear do sangue, que traduzido poeticamente, seria visto como o bater do coração. A instabilidade e a agitação que fica depois de conversas que puxam o meu lado humano – demasiado humano – e esse, aqui fica a boiar, um desastre – um naufrágio.

Tenho tido a constante certeza de falta de conversas com pessoas interessantes e lentamente noto um enorme desinteresse em procurar motivos para falar – e para ficar. Vai ser sempre assim. Concluo sempre que não é só o meu lado demasiado humano que por aqui fica a boiar – sou eu. Cada molécula que me compõe; cada partícula – à deriva. A necessidade de ir.  

Seja como for, hoje tenho o Sol a consumir-me a vista, a dificultar a minha escrita e a adivinhar o surgir de uma nova manhã. Apetece-me muito tê-lo, como aconchego há falta de condições humanas para se viver e não sobreviver. Tenho os pássaros e esses elementos todos que fazem do que escrevo algo mais bonito e menos sério – mas tenho mesmo. O parapeito da minha varanda está decorado com os elementos essenciais ao preenchimento. Um pequeno pequeno habitat onde habita tudo menos desigualdade – ou supremacia.
Não gosto de ir dormir assim, com a sede de mudança e a (demasiada) fome de coisas boas. A tal questão de o cérebro ficar a mil – a mil e um, melhor – um simbolismo representativo do infinito. Bastava que todos se deitassem com o coração a mil – metaforicamente falando – para apaziguar todos estes corpos que se exaltam com a urgente necessidade de naturalidade na vida.

(para a próxima compro bambu, para atenuar esta conversa difícil entre a mesma espécie.)  

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