a perda.


Uma carta,
A necessidade de uma carta.

Acho que nunca tinha parado para pensar que não te vou voltar a ver. Que não estás por ai. A fazer coisas bonitas e a deixar sempre toda a gente feliz, só porque sim. Só porque tinhas um brilho, o teu brilho. Não sei se vou conseguir pegar naqueles livros todos, naqueles teus livros todos. Não sei se vou conseguir acabar o que começas-te. Mas trago-te cá. Levo-te comigo para as aulas. Mesmo sem aqui estares, fazes-me crescer. Fazes os outros crescerem.

Achamos sempre que as coisas só acontecem aos outros e que somos eternos, impenetráveis, inatingíveis. Depois não somos – não somos nada no meio do tudo que cada um é como ser único. Neste lado terreno, ficam as dúvidas. As quase para sempre dúvidas. Vai-se a força; vai-se tudo.
Não gosto da dor da perda. Não gosto da dor de não ter pessoas bonitas nas ruas que tanto precisam de magia. A tua (eterna) magia.

Agora vou cheirar os livros, ritual que já fazia sentido antes mas que vai ser ainda mais especial agora. Estás aqui comigo, no meio da nossa psicologia, no meio do teu e meu crescimento.

Até já Mó. Até já.
(leva flores brancas, com as minhas palavras – e cheiro a mar.

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