ginger pubes - cookie monsta

Possivelmente os meus ouvidos vão rebentar - mais do que rebenta a minha cabeça. O som está a dar cabo do meu peito, rasgando cada pedaço de pele que o preenche, na esperança que exista espaço para que o som passe - o som rompa. É disso que tenho sido feita - palavras incontornáveis e músicas quase insuportáveis. Acabam sempre a arrancar-me do sossego, deixando-me em carne viva. Uma ferida bastante vulnerável que precisa urgentemente de mais volume para sarar. É assim que me encontro - desligada do mundo e ligada a uma fonte de inspiração resultante da oportunidade de dar palavras e receber música. Eu, cansativa mas com música que me alimenta a fome de confusão saudável (o paradoxo).
Rasga-me a pele e respira directamente pelos meus pulmões - o doente. Sufoco musical.

Não devia dar continuidade à escrita quando me encontro assim, sem-abrigo de emoções. Pondero a possibilidade de ficar neste estado vegetal para sempre de tão bom que é. Só os dedos se mexem na procura das palavras correctas para descrever o bater exaustivo do meu coração -. Não é paixão. Não é () paixão. Paixão saudável com música e fome de mais. Ser mais. Crescer mais.

Estou longe do campo e da oportunidade de me deitar ao fim de ver o nascer do Sol. Descansada - porque havia mais. Havia mais luz; mais dia. Não sei se haverá amanhã - a rua está escura e nesta capital não há muito mais do que o barulho que não estou a ouvir (o volume.. o outro volume, está muito alto).

Rasga-me a pele e respira directamente pelos meus pulmões - o doente. Sufoco musical.
Entretanto os dedos cansaram-se da necessidade de dar palavras a mim mesma e resolvi ir recitar(me) poesia enquanto faço um chá bom. Rainha de mim; do nojo do que se é, além de nós próprios.

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