Tréguas.
Tens o que é teu em mim – arrependo-me das luzes confusas
que me afastaram da nossa realidade. Nunca percebi que os sons nos
influenciavam a tomar as atitudes menos correctas – as más. Na verdade nunca te
achei parte de mim; até agora. Até o cheiro deixar de ser o meu – até as minhas
pequeninas hormonas dispararem como balas que me rasgam o peito e não me deixam
respirar. Um sufoco de ti – um bom sufoco. Tiros de pistolas vindas de um céu
que me enche de vontade de não ser única mas a única. Eventualmente deixará de
doer; a falta de ti. Inquieta, sempre tão cheia de vida – sorrisos; agitação. Tantas
coisas bonitas.
Já não posso correr – a falta de ar que os rasgões me
deixaram, em pulmões que te carregam, deitaram-me num chão que parece eterno e
interminável. Nem os impulsos; - prefiro a metáfora. Preferir – preferia-te a
ti em vez desta instabilidade e este desequilíbrio que carrego no ventre,
cuidadosamente, como se o amor fosse um feto e merecesse toda uma antecipação
de acontecimentos. Uma preparação minuciosa – (termos menos positivos) abortos
premeditados ou então, finais felizes de pequenas coisas que crescem; pequenas,
como tu.
Entretanto prefiro lavar as mãos num cálice de vinho do que
ser resto de embriões programados. Entretanto, prefiro que me rasguem a alma
com dentes que pecam em vez de que me rasguem os pulmões com balas de amor (ou
lá o que isto é). Hormonas – hormonas que nos rasgam o peito.
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