Agora vou matar as minhas palavras.
Outra e outra vez; como se o som das colunas fosse forte o suficiente para te
arrancar de mim – para longe. Depois perco-me. Nos colos me aconchegam de uma forma
suficientemente boa para que não precise de estabilidade; de solos ou de terras
tuas. Na verdade, as palavras trouxeram-me magia de alguém bonito como eu. Exausta
de não te chegar – tornei-me abraços de poetisa como eu. Bonita como eu. Agora
mato-me em palavras. Descrevo-me subtilmente em frases construídas ao som de
ritmos que me levam a voz; gastam os pés; roubam a alma. Tornei-me fogo em
folhas que incendeiam os outros.
Pelo menos sou bem composta; átomos
cheios de arte e moléculas com conteúdo – grande. Em vez de restos de corpo
usado por mil mãos que nada tem além de uma libido afectada.
Pelo menos, sou motivo de nostalgia
de quem é mais que chão – grande.
Entretanto piso o palco e
estendo-me na música que me uniu a quem me lia e agora; a quem me quer.
(ansiosamente – procuro o meu reflexo esta noite.)
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