É como se os confettis que se espalham quando a tua magia
preenche as minhas ruas, também me enfeitassem o peito.
Quero escrever-te; quero mais do que palavras subentendidas.
Decifras-me as mãos sempre que me lês – nunca imaginei; ver-te Rainha. Ter-te
como Rainha. Nunca imaginei sequer ser possível pôr-te num torno de letras e
seres palácios de palavras minhas – para ti.
Astros – estrelas que
me explodem nos pulmões e cuspo-te amor – amor falado; escrito. Se ao menos
soubesses o quanto me preenches os sonos. Se ao menos soubesses como as minhas
hormonas nos invejam – e os outros. Carteiras vazias de identidades que são pouco
mais do que anónimas; pessoas perdidas que não lêem os olhos de ninguém. Depois
existes – tu. Contos que contas
sempre que o chão te acompanha o olhar – sempre que sou o chão que te leio o
olhar. Como se sina fosse – como se destino
fosse.
Abraço cada imperfeição que te caracteriza como possibilidade
de tardes de Sol – amarro a mim todas as Primaveras; todos os sinais de que
existes nelas. Os sons – as cores que te pintam e fazem de ti arte – e ardes. Queimas-me a pele com
mãos de fogo – tocas-me melodias de outras flores, de outros jardins –
rasgas-me e tens de mim toda a impulsividade – exclusividade; tens de mim
paredes frias e tu – nelas. Arte marginalizada como o amor se quer – vadio;
(silêncios)
Cansada de instantes e momentos; de ser bocados ou restos de
outros amores que se pondera santificar e depois – nadas.
Vazios e espaços para respirações que sufocam; com oxigénio
que magoa as vias. Sangue – teu – que magoa as veias. Palavras suspensas no ar
– como se acrobatas fossem; palavras cujos os trampolins já não protegem mais –
e caiem…
caiem.
Comentários