Não me encontro aqui na tua Sé, em cada badalada me sinto mais distante. Empurrada para um rio – para uma ponte, real e não – barreiras físicas só porque sim, porque parece mais fácil, mais concretizável esta separação. Não me encontro nos planos tomados como unos (da minha parte). Conto-te por fim, a história da casa onde não pertences; por não ser suposto – por eu não te ser o suposto. Desculpa a minha ignorância quando acreditei piedosamente que esta música que me fala de ti, era a banda sonora de mais que uma madrugada – mais do que uma atitude precipitada e impulsiva - explosiva. Foges e encontras-te no mundo que é lar, no mundo que não te chega. Reflexo do meu espírito inconstante e inquieto – que se dá, demais. Sou espelho – mas escalo muros.

Rasgo as camisolas bonitas que tapam o que sou enquanto impossível de futuro – para ti. Solto o cabelo – deixo que vá, em direcção a ti, sem medo que te relembre dos impossíveis – impossíveis cartas em mãos que te explodem ainda que não o digas. Não me escondo das certezas enquanto capaz de ser oito ou oitenta – ficar ou não ficar. Depois faço magia com um baralho de cartas e mostro-te as copas que me lanças com os olhos, depois faço magia e leio-te - em forma de prosa - falo-te de como não sou só um momento – como vim para ficar. Por ventura; faço-me desaparecer sobre um pano preto qualquer – com um cheiro que me incomoda e uma vontade de não ir do tamanho disto – disto. Até quando vais por em causa eu ser a única ave capaz de voar tão alto quanto tu? Até quando vais fingir que acreditas que é só um momento – que vai passar – que tem que passar? Pelo menos ficam-te cartas para um dia te lembrares de mim – enquanto quase-tua. Fico enquanto não precisar de voar de novo – de ser gaivota em praias onde não existem rastos de ti no quente do ar; no frio do mar; no seco do chão.

Agora faço as malas - desfaço-me nas malas. Agora - conto quantas vezes o sino toca até eu ser parte dele; quantos pássaros voam sobre o teu Alto. Quantos encontros e desencontros são possíveis numa vida tão rápida (acho que nos vamos cruzar no céu - talvez no meu.) 
Espero-te aqui - na cidade com um P maiúsculo, de Possibilidades.  

You can feel the light start to tremble
Washing what you know out to sea

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