outros poetas

Conto os passos e impasses. Decisões tomadas após tentativas de sobrevalorização erradas – conclusões como água fria depois de mantas e fogueiras. Empolhes – provavelmente faltar-me-á inspiração em breve. Quando o amor se vai – quando quero que vá; falta-me a fome e o resto. O que me enche o estômago e me alimenta todo um sistema nervoso em convulsões paranóicas a ressacar paixão e derivados. Movimentos pouco repentinos - falta de reflexos suficientes para acartarem lágrimas e suspiros de quase eterno arrependimento. Só me ama quem me sabe – verdadeiramente; enquanto composto químico possível de explosão imediata. Enquanto imperfeição espiritual que ama a Terra mais do que ela própria – e se dá; como se ao vento pertencesse. Como se filha do imenso oceano fosse. Só me valoriza quem me sabe – enquanto apaixonada por tudo – ingénua consciente, com necessidade de dizer que as pessoas são bonitas (porque são); sem espaço para mais do que rápidos elogios e pequenos momentos de límpido nirvana proporcionado a estranhos. Missões – aceitação. Talvez o meu lugar seja o mundo – já que todos esses esqueletos bípedes me parecem difíceis demais - ou me acham a mim, difícil demais. Só quero recitar poesia no meio das ruas de Lisboa – com o cheiro a manjerico, com o cheiro a Pessoa e o coração nas mãos. Subir-te à janela e dizer-te frases bonitas; de amores impossíveis – de realidade tocáveis, de pessoas que venceram e me amaram.   
Apetece-me parar – sentir o vento a ultrapassar as minhas últimas possibilidades de viver e acabar – mergulhada num mar que se avistava como abismo e se tornou descanso eterno de um espirito inquieto cujo amor não pára de chegar – sem retorno; mergulhada num mar que se avistava como abismo e se tornou memória infinita de alguém bonito que só te queria escrever; poetas em ruas da cidade da luz, ultrapassando os Santos, fazendo história gravada em calçada sem igual – ser Grande e Inteira. Oportunidade quando me apetece parar – ser igual aos outros poetas que acabaram em murais como moral, cheios de loucura – cheios de amor.

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