Se eu pudesse neste momento, anulava a minha matricula na faculdade; oferecia os meus telemóveis e o meu computador; punha três peças de roupa que não tencionava usar, numa mala velha; arranjava uma bicicleta, enfeitava-a com flores - ia-me embora. Não sei ao certo se para uma eco-aldeia, possivelmente sim mas não nenhuma das que há cá. Ia para longe - para sítios onde as pessoas se limitam a ser isso mesmo. Onde os corpos nus não são vistos como objectos sexuais mas como dádivas - como pureza. Onde a comida é cultivada - não existem industrias, não existe superioridade por se ser "Homem". Apetece-me muito libertar-me, apetece-me dançar porque sim, gritar porque sim, apetece-me não ser isto - não fazer parte de um sistema formatado. Apetece-me esquecer o que aprendi e reaprender, de outra forma, uma forma mais natural - mais bonita.
Existem raízes derivadas de uma coisa bonita chamada, família, que ainda não me permitiram ir - não na prática, mas porque me custa ir, sabendo que não existe compreensão do outro lado. Mas não sei até quando consigo fingir que faço parte disto - que aceito fazer parte disto.
Preciso urgentemente de voar.
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