Concepções
Oh just to be with you is having the best day of my life
Já passou algum tempo desde que
te escrevi – acho que não sei lidar com a ideia de se estar longe. Os meus
pensamentos dúbios, entrelaçam-se a um desinteresse disfarçado. Estratégia base
para a segurança do coração – ou então, manifesto hormonal, sendo que alimentas
o meu sistema nervoso como se uma espécie de vício fosse – agora, estou a
ressacar(te). Não sei se te tenho
contado que te desenho no céu, deixo que a noite seja tela – deixo o sono para
depois. Ergo-te no meio da constelação visível nesta espécie de fim do mundo.
Quando dói mais – tiro do meu bolso a minha varinha, digo umas palavras mágicas
e voo no tempo - mas, é segredo. Toda esta fantasia possível quando o querer se
sobrepõe ao raciocínio; todo este esperar esgotante quando o gostar se sobrepõe
ao cansaço. Desculpa-me se já tropeço nas palavras, se o meu português já é
formado por teias nesta casa onde jazo – desculpa-me também se o meu peito
tirou férias de quase te amar. Acho que é só um envoltório, uma capa qualquer
de um super-herói qualquer. Inquestionavelmente, acabo a rasgar estes actos de não querer saber, estes andrajos que me
preenchem a indumentária. Sabes que me identifico com a loucura; sabes que me
considero uma eterna apaixonada. Sabes – que esta é a fórmula para a destruição
total de mim enquanto coerente. (agora grito) Não é óbvio que o meu espírito precisa
de viajar de lés a lés à procura de uma personificação para as folhas em que te
concebo? Não posso deixar que morra esta minha bonita vontade de te descrever, sobre
a forma de constructo fiável. Ainda te penso, agora que te sei, enquanto ave –
enquanto liberdade sobre a forma de Pessoa; sobre a forma de ti. Ainda te
penso, agora que te sei, enquanto rastos espalhados na cidade que me é casa,
enquanto indícios de histórias de quereres recíprocos. Enquanto possível
conhecedora do meu Eu, atemoriza-me ponderar sobre o silêncio exigido – por não
sermos o que se espera que se seja. Atemoriza-me ponderar sobre a possibilidade
de seres foco principal das luzes que me queimam os olhos à noite enquanto me
protagonizam o dançar – e ter que me articular enquanto supostos enquanto não-te-nada.
Acho que é bom nos pormos à prova, é bom para a construção do crescimento
pessoal – acho que vai ser bom decidir ficar, decidir dar vida às concepções sobre
as quais te criei, sobre as quais te imaginem – comigo.
(listening: Dido - Thank You)
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