E dá-se inicio a um novo livro  


A descrição de ser concebida não é bonita e tenho-me vindo a questionar se é assim que todos os bebés surgem: de não quereres. Ela também me contou que quem me fez, a agarrou, a empurrou para um sítio ainda mais escuro que a própria noite – este escuro ainda é mais negro na voz dela, que o outro – e a despiu. Não gosto especialmente desta parte, quando ela descreve que foi despida sem o querer, quando ela relata o cheiro que estava naquele sítio tão escuro como a noite, um cheiro a podre. Depois descreve-me o cheiro a podre das maçãs na Primavera e diz-me que é um podre bonito mas que este não, que este podre é como se fossem covas, que ainda não percebi ao certo o que são, mas imagino-as a cheirar realmente mal. No entanto, ela gosta de mim, especialmente agora que vou nascer.

Comentários

Joana H. Pereira disse…
Há qualquer coisa de especial neste excerto. Não sei se crueldade, se beleza. Mas é especial. Gostei de ler, xx.
Marta Guerreiro disse…
Obrigada Juliet, não sei o que será mas espero que seja bom. *

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