férias de verão



(verão 2011)


Gosto deste ideia de libertação que associo à viagem que me é tão familiar. A ideia de deixar a grande cidade em busca de segredos que ficam imortalizados no clima típico de Verão. É aqui que noto um crescimento visível, observar-me com o espaçamento de um ano – as férias. Conseguir descrever todas as mudanças óbvias que existem. No entanto permanece o cheiro a terra batida, a comichão no nariz do pó enquanto se dança e o demorar a saltar da prancha. Bonitos reencontros com aqueles que, como eu, constroem e desconstroem as sinas, lá longe. As caras parecem que se reúnem em comemoração a mais Sol, mais festa, mais alegria – mais partilha. Os corpos anseiam desesperadamente este descanso tão exausto, paradoxalmente.

Um ritual – dos poucos que não me importo que seja tido como rotina, como certo. Os dias parecem iguais mas uma magia que consigo antecipar. O meu coração entretanto entra em colapso com os pensamentos e provocam uma extrema necessidade de ir – uma contagem decrescente bonita, poética.

Acho que esta disciplina de fazer as malas com a certeza de não haver necessidade de nada demasiado específico sendo que cada acordar é quase tão livre quanto o meu espírito, é me tatuada na pele. Encontrar a paz interior – e perde-la. Um equilíbrio quase perfeito – se não fossem os rastos de memórias que evito e que são, inevitáveis. Gosto da conotação atribuída ao Verão; ao crescimento – ao descanso pressuposto quando penso que vou – bem como uma agitação hipotética.

Perder-me nas poucas casas que aconchegam as muitas pessoas que se encontram, anualmente, unicamente com o intuito de levarem o peito cheio de sorrisos, para mais mil obrigações necessárias por vivermos num sistema impiedoso. 

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