Por debaixo da tua capa de estudante
Decorei o eco que os teus sapatos fazem nessa rua cúmplice da nossa bonita história. São o único alento e lamento todas as precipitações e hesitações. Todos os enredos programados de lendas que só dizem respeito aos que sofreram no fim, por amor. Vou-nos acrescentando em prosas recitadas nessa chuva que ontem nos relembrou que somos – independentemente do resto. Escondo-me a cada anoitecer por debaixo dessa capa que te torna mais uma sombra da noite e mais um mistério de quem nos vê passar em passos largos e apressados. Escondo-me a cada anoitecer nos braços cobertos por uma tradição que nos une; nos espaços que se lembraram de nos ter enquanto singular. Descobri-te descoberta desse traje que explode e eclode de seguida coberto de uma magia que me prende aos teus olhos enormes de pequeno morcego na cidade branca e amarela escondida pela noite cerrada. Quantas vezes mais te vou declamar juras em tom de serenata falada – quantas vezes mais te vou desenhar nessas paredes que te são lar? Tudo o que tenho é pouco mas és-me motivação de um Domingo apressado por seres longe de mim. Tudo o que tenho é pouco mas és culpada desta alteração do conceito de amanhã. (Obrigada) por seres comigo a prova da possibilidade de ser mais; por seres a melhor Pessoa; a melhor Amiga; a melhor coisa que alguma vez me aconteceu. Obrigada por me esconderes nesse teu negro de Grande, de História e Tradição sempre que preciso de fugir das impossibilidades e seres o único abraço e único sim que me apetece dizer nas noites em que nos perdemos em risos, em lágrimas e numa sinceridade que nunca ninguém saberá definir. És a minha constante certeza de um único cheiro a cada fim-de-semana longe.
"O teu olhar / Sobre a capa de um estudante / É um sentir / Que
me deixa sempre pensante
Quando te olhei / Mentalmente te beijei / Quando te
toquei / Realmente me apaixonei
Já perguntei ao sol / Que paixão é a tua / E ele respondeu / É grande, é a lua."
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