NEVOEIROS

São os mantos e os prantos que nos acolhem destas tempestades idealizadas em dias de previsível nevoeiro. Não me vou desenhando nos escreveres e ergueres destes castelos que nos acolhem e abrigam da necessidade de tempo e espaço mas vou-me reencontrando na capacidade de entrega a mim e ao resto.

Não me lembro de ter trazido na bagagem dos acostumados a partir, a multiplicidade e ainda menos a paz associada a ela. Recordo-me ainda assim de projectar tal objectivo pessoal num futuro mais longínquo. Sei que estes dias frios nos trazem a necessidade de um conforto quase exclusivo como que se as mantas fossem necessariamente substituídas pelo contacto humano e estabelecêssemos assim, mais facilmente, relações duradouras. Possivelmente a caracterização deste sabor a chá frágil como as pernas cansadas dessas pessoas velhas dos poemas e o quente descritível proveniente das lareiras que cheiram a castanhas são só refúgios à falta de amor nos corações frios das pessoas – e não é do Inverno, é da falta de amor nos corações (frios) das pessoas.


Venero em tom de prece a dádiva de criar laços e enfrentar multidões para os manter – o manter. Possivelmente neste Inverno, nesta tempestade e nestes nevoeiros humanos, o meu chá não seja frágil e a minha lareira sejam relatos quase tocáveis com olhares penetráveis enquanto o coração foi previamente aquecido – mais que as típicas castanhas em tempos que o amor deixou de ser por si só, típico. 


Comentários

Haryhanne disse…
Olá Marta, enquanto passeava pelo meu blog, vi um comentário que tu fizeste a um outro comentário que eu possivelmente fiz num dos teus blog há já uns anos atrás, e decidi vir espreitar de novo o teu blog, está lindo, gosto da forma como te expressas espero que tudo esteja bem contigo e que tu estejas feliz e bem de saúde, beijinhos

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