Cidade Invicta
Imaginada pintada nuns tons delicados, facilmente foi transformada numa imagem real de alturas. Pontes abstractas à quantidade de sonhos que se projectam no horizonte do rio. Fomos só mais dois corpos a deliciarem-se com o anonimato de não se ser parte dos sítios. Caminhos inventados pela pressão de querer chegar a mais – saber mais. Entretanto também éramos estátuas dessas ruas sem fim, cansadas – as ruas e nós. A certeza do cheiro a estranho compreendido entre a curiosidade e o desafio da exploração.
O sorriso das pessoas é trazido
como uma dessas lembranças fáceis; uma simpatia assente na delicada forma de
dizer: bem-vindas. Uma bagagem preenchida por coisas que não se levam, nem se
trazem – que ficam. A certeza do regresso e a paixão que abunda da boniteza
desses azuis todos, que combinavam com as expectativas presas nos pressupostos.
Cidade presa por um fio – ligações de abismos que tornavam os olhares elevados
e os corações colocados nas altitudes.
Houve espaço para a arte – para uma
das peças mais bonitas que carrego no que me lembro ser representar. Imagens distorcidas
da certeza do nunca mais, assegurada por um adeus eterno. “Morreste-me” – como quando
se mata uma plateia de bombas artísticas e explodimos todos, frágeis, Pessoas
frágeis.
Houve tempo para amar; para amor –
para ser-se Feliz como presumível na ideia de ir, só ir. Trago a lembrança
fácil de pessoas de Sorrisos e da companhia da Pessoa – e dos nossos também
Sorrisos.
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