Miles (mines)




Peguei cuidadosamente na maquete concretizada desta imatura relação e retractei-a em carvão, com um tamanho que explodia e uma força que me fazia ficar. Delineando e contornando as esquinas que nos engoliam, fugi vagarosamente da sina de (te) querer delinquentemente. Transformei incapacidades em vitórias e somos saúde e saudade – sabendo estar; sabendo querer. Os fados que recitam as tuas mãos, são tão jovens como a alma que nos envolve representada pela ténue névoa de incerteza. Na alegria e na tristeza – nas impossibilidades descritas pelos não sabedores da arte de entregar.

Hoje – Dezembro – os parênteses dos teus lábios narram pormenores longínquos desta selva terrena e as aspas em tom de virtude que carregas no olhar, relembram-me de que não posso interpretar-te se não com o peito cheio. E é por isso que o meu estômago não é se não campos de guerra e minas constantes a serem pisadas pela tua capacidade de me dares palavras que são vida. Enquanto caminhas – oferecendo-me frios com cheiro a estrelas – vou sendo areia movediça indomável. Já as borboletas me roubaram sonos; agora invades o resto de mim com um sorriso incaracterizável quase exigindo que te foque – para sempre. 

Vou andando enquanto posso, infantil apaixonada e contigo de mão dada.

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