Break Stuff
As paredes
imundas do branco forçado – dão lugar a uma possibilidade de gritos calados em
forma de tinta. Não sei quem fala; não os oiço. Na televisão dissipa-se a hipótese
de aprendizagem e as crianças são instrumentos de luta mecanizados. Fábricas de
fé e rezas que me poluem o ar. Nem sei quem fala – nem os oiço. Desconstruo os
degraus de soro e durmo na abstinência de querer parecer – rasgo as roupas;
rasgo-me as roupas. Roubo as verdades e destroço os teatros rápidos das pessoas
com pressa. Tudo isto num bafo; tudo isto na esperança da vida em vez disto –
não vês? – pedaços de nada que te escorregam nas mãos corruptas. “É o sistema.”
Poesia de quem se atreva ser poeta no mundo das portas fechadas.
Cadeados
inundados de capacidades ameaçadas - ameaças rascas de pessoas fracas e gritos
– não os ouvem? Gritos abafados pelas mãos de quem jazz na coragem e na
imortalidade. Não há lugar para todos na batalha fácil de imposição. Escrevo
enquanto posso; com medo que as letras me encurralem e os papéis me destruam –
vitima do não silêncio; vítima de uma pressão constante. Armaduras e
queimaduras de aventuras inoportunas – nascer e crescer. Não te vês? Os
espelhos não metem – metem; só te mentem. Estereótipos e protótipos, maquetas e
palacetes. Morremos a tentar tocar na realidade virtual de uma ilusão em
holograma.
Como te chamas?
E agora – como te chamam? Os números que te perseguem – o passado, sabem? Os
pecados quentes de futuros crentes. As vitórias falsas das raças, das pessoas,
da igualdade em barro com um licor derramado por cima. Passem-lhes o ácido.
Emprestem-lhes o isqueiro. Esta noite somos mais uns quantos a arder. Morrer.
Enquanto crescem; enquanto perdem. Resta-nos isto – não vês? Momentos a sós;
músicas pesadas – princípios que nos levam aos fins. Despercebidos. Anónimos.
Pessoas que são números; raças que são pretextos. Promessas que me fazem rir –
rir. Somos isto – risos rápidos, anedotas numa correria pela primeira fila do espectáculo
d’Pessoas; de vidas.
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