E se te desse uma flor?



Enquanto nas portas das casas do lado – vazias – se rebentam os balões coloridos, predomina a instabilidade nos rés de chão do piso d’amar. Rumos que não deviam ser definidos de uma forma tão drástica e asas que nos são dadas sem direcções, sem capacidades de sabermos voar e viajar sem magoar. O fogo queima os limites e explodem bombas de mau estar nas urbanizações familiares. São penas – são lágrimas. Desesperos não geridos e sem possibilidade de definição. Essas coisas ridículas que se sentem por sermos inúteis e não sabermos se não de nós – e mal, sempre mal. A falta de ingenuidade para defender a felicidade em bruto. Curas não descobertas para os males gerais – aqueles ridículos – as faltas de abraços; de muito mais que braços.

Não sei se não escrever – ser transparente em palavras, num quarto quieto com o cheiro correcto e a vontade exacta da ignorância. Pinto desesperadamente as paredes em busca de espaços preenchidos de desenhos infantis como a Aura – a Alma. Recordo-te, Ventre, como chave mestre para as inseguranças constantes do mundo que é mau – de mal. Recordo-te, Ventre – agora, que celebras lá longe – quando protagonizávamos os dias e as estações. – Deixo-te em boas mãos. – Como se a missão estivesse cumprida.

O dom da escrita retira-me a capacidade de expressões honestas para demonstrar como é puro – como sou pura. A insanidade vista sem tolerância, transporta-me para um ambiente cerrado de compreensão e é assim que sigo em frente – respeitando o espaço, desconstruindo os muros que criámos e construindo afectos que acredito (piedosamente) chegarem.

Lamento a ausência enquanto os balões rebentam – dentro das casas, dentro dos corações – dentro das cabeças. Garanto uma presença constante neste dia que é teu, Ventre, Mel, Seio e Fel. Afasto-me e retiro-me do que é teu e que anseias – aguardando a possibilidade de um regresso calmo, d’abraços; d’Nós. Enquanto isso – projecto-me baseada numa felicidade que desejo que vejas ser genuína – minha – mas genuína. Focando os depois de cartas, as notas finais: serei sempre um amo-te verdadeiro e um: és linda, comovido de orgulho e de tristeza, por sermos Seres tão distintos mas simultaneamente – Grandes.


E se te desse uma flor? 

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