Metamorfoses.



her - praia de Sesimbra.


Renasce em vez da Fénix uma lagarta de um ovo límpido de cristal, Crisálida – intocável – a transição num mundo de tropeços. Metamorfoses. Tropeçamos em metamorfoses de borboletas órfãs e mendigas; que só choram. Renasce em vez de uma lagarta chamada de Metamorfose, um amor límpido de cristal, Original – intocável – a transição num mundo d’samores. Utopias. Caímos em armadilhas emocionais e em realidades tão distantes como da Lua aqui. Erguemo-nos consoante a capacidade poética de cada um para o atrevimento de chamar de amor a isto invasivo que nos despe e nos agarra – nos arranca e nos espanca contra mil e uma paredes; nos oferece e nos entrega. Que tira (suspiro) mas que sempre dá.

Não me lembro a cor de tal casulo nem de quão quente era o Verão que nos retirava a paz – não me lembro de já seres borboleta a não ser de papel. Fina. Que voava nesses vendavais que ninguém segue. Lembro-me do resto – de que cantavas músicas que me faziam cuspir auras – mil Auras. Lembro-me de seres fogo, mar, quente e frio. Paradoxalmente me puxares a Alma e empurrares a Marta – a outra.

Decidi – num dia insano há quase mil décadas atrás – talvez noutra vida; talvez noutra retrospectiva de amor, que ninguém seria protagonista da minha única dádiva. Viver. De não ser mãos d’alguém nem voz de amanheceres cansados. Porque sim. Porque… amor. Balbuciei dificilmente esta nova verdade e abracei-te como realidade papável e Respeito de prenome. Sem nunca me arrepender – sem nunca regredir intensamente a essa época reprovável em que era invasivo querer Ser com alguém. Tatuo agradecimentos em tom de pele para que apenas em mim estejam gravados, historias reais de entrega em berços de estima.


Duzentos e noventa e seis dias – hoje não é nenhuma comemoração exacta se não a minha necessidade extrema de homenagear quem (inédito) me abraçou exactamente da cor que me pinto. Sem críticas ou sequer intolerâncias. Um conforto num Inverno frio - que me refrescou cada Verão enquanto larva, enquanto crisálida, enquanto Borboleta desesperada à procura do primeiro estômago onde fosse bonito pousar. 

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