Só é fogo - se queimar
Marisa Liz - Amor Electro
Mais
uma promessa – mais uns tantos momentos de estagnação sem acreditar na
reviravolta cardíaca e nestas arritmias vindas do mesmo. Mais do mesmo. É tudo físico
– tudo carnal. Nada das tuas palavras me lembram coisas bonitas ou crenças
breves de felicidades eternas. São impulsos – carnais; banais. Vou rasgando
sinais e espalhando-os pelo teu pouco chão; recolho-me nas noites em que o que
existe são segundos rápidos de coisas palpáveis dessa tua vida que não sei –
nunca mais soube. Nas linhas tortas em que te escrevi, o branco predomina a
minha não vontade de regressos – passagens; agora completo-a com a história
incompleta do meu querer inconstante.
Só mais um momento / Lamento muito
tempo, tanto tempo a mais / Mais que um sentimento / Mais que o segredo, ainda
é cedo
Escrevo-te
prosas de cinema e realizações em forma de armas – músicas escritas por quem
não nos sabe – até eu me pergunto de que genes te criaram. Leio respostas onde
não existem se não coincidências e encontro certezas nas proibições que me
fazem correr – para longe, para perto, para longe… Escondo palavras que sabem a
ti no medo de que me achem louca demais – de(mais). Vou vendo se te vejo na
falta de capacidade de te ver – visões turvas de céus teus – que me davas –
nublados. Não sei se a pequena figura cresceu ou a estagnação que me empurrou
para os braços supostos e a felicidade genuína, se mantém. Dispo-me das poesias
fáceis e das prosas moralistas que te vestiam sempre que o abismo era nossa
casa – é tudo carnal. Tudo banal.
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