sabor a cereja.
Apago
o candeeiro com as últimas palavras na cabeça – nada de sonhos; nada de
pensamentos desesperados que te procuram em camas que não te conhecem. Cabelos
encaracolados e passos tão pequenos como os de infância. Gatinho na vindima de
gerações e enveneno os pulmões com o sabor a vermelho; a ti – a pecados e
pecado agarrado a um complexo iminente e persistente. Lá no fundo – sorris.
Slow motion
e um suspense quase arquitectado dando-te balanço para que os impulsos – físicos,
emocionais e hormonais não sejam se não palavras soltas em confusões de gente
que não se apercebe que nos construímos (e destruímos) simultaneamente, nessas
noites soltas.
Cordas bambas e belezas peculiares. Registos e memórias fotográficas de uma pele descrita pelo equilíbrio e um corpo que sempre me inquietou o sangue. Discrepâncias e laços afectivos mas não efectivos – nunca – efectivos. Convulsões românticas de histórias de pessoas que nem são amor. Masturbações excessivas de vontades partilhadas numa escrita marginal – como tu. Rasgo pedaços de passados ou tentativas falhadas de construções rápidas e envolvo-me poeticamente nos teus gestos calmos e numa tranquilidade que cheira sempre a ti.
Sirvo-te
pequenos-almoços mentais em tom de pornografia delicada. Cerejas e morangos.
Morangos e cerejas. Tiro-te essas roupas que enchem - esvazio-nos de amanhãs
com leis e regras. Não importa – não importa.
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