miles.


A infinidade deste tempo que separa rios, mares, pessoas e histórias, ajoelha-se perante o infinito dos teus olhos e redime-se. Como se a água salgada dos mares distantes nos inundasse o olhar e a visão turva – infantil – deste futuro, fosse passageira. Nos climas que enfrentam quem não os quer, existe uma certeza de calor constante no pedaço em que te escrevo. Em que (te) escrevo. Num salto repentino à vara, vejo-te desenhada nas memórias rápidas de projectos sonhados; num salto repentino à vida – vejo-te desenhada nas memórias lentas de momentos bonitos.

Campos e cidades – a idade dos nunca e dos para sempre impossíveis desfaz-se como se de átomos utópicos se tratassem. E os laços que nos unem; e as moléculas, os cromossomas e todas as características que te tornam tão especial e a mim tão real – escrevem um romance. É aqui que dançamos num baile, que vamos a um restaurante com um nome com sotaque francês e é aqui – que desembrulho a caixa preta que tenho em cima da cama e depois – te desembrulho a ti. Que me perco na quantidade de perfeições que te criam e na quantidade de imperfeições que te tornam mais brilhante; mais Humana – mais bonita.


Do jeito que és; da forma que vês – num mundo teu; nas tuas construções e constelações. Protagonista da tua história e realizadora de todas as possibilidades de atalhos – que não são para o lugar-comum – sento-me, acendo um cigarro e observo-te. Espero que repares na forma como as minhas mãos têm o teu corpo a dançar nas linhas que em vez de sinas, são sobremesas cheias e luzes amarelo-torrado. Artes d’outras culturas que te enfeitam a casa e a cara – o peito, cheio de distâncias e saudades; numa estrada de tanta gente. Num vestido preto e nuns sapatos irreais, canto-te músicas que não ouves - na esperança que queiras dançar ao som da minha vida. 

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