OITNB S03E10
TW - Violação
É chocante? É. Acontece? Sim. É incrível o facto de vivermos numa sociedade que precisa de ter representações tão chocantes para alertar o que acontece para lá de bastidores e das produções. A imagem que me fica do episódio, é de um olhar sem vida. De uma vida cada vez menos vida, sempre que alguém a tenta desrespeitar. Outros olhares que me recordam são os de pânico. Os de medo. Os olhares de quem não pode fazer nada e por não poder fazer nada, esquece que existe. Viver num mundo onde existem países que legalização a violação é doente. Viver num mundo onde a taxa de violações é como é, é doente. Muitas vezes sinto que não faço parte disto, que não quero fazer. Mas faço. Sou Mulher e estou muitas vezes perante situações de risco. O que desenvolvi enquanto capacidade de defesa, pode parecer suficiente, mas não é. Nunca é. A culpabilização das Mulheres face a roupas; face ao álcool; face ao comportamento - está totalmente errada. Ninguém tem o direito de culpar uma vítima. É sempre chocante ver representações de violações em filmes ou séries. O coração fica pequeno. É sempre chocante ver que tanta gente ignora as consequências deste acto de crueldade. O Mundo devia ser um lugar bonito. De amor. Para amar. A Natureza não pertence a ninguém embora exista quem ache ser grande o suficiente para destruir tudo o que nela existe. Somos filhxs de tudo - somos Pessoas iguais. O medo de ser agredida numa rua, ao fim da noite, é monstruoso. Não consigo entender a raiva que muitxs carregam para fazerem tanto mal. A orientação; o género; as escolhas de cada um não são pretexto para a maldade e a crueldade. Não são argumento para se ser imbecil. Sermos quem queremos ser. Nascermos Mulheres. Amarmos quem queremos amar. Não nos identificarmos com construções de género formatadas. Gostarmos muito ou pouco de sexo. Não gostarmos nada. Gostarmos demasiado. Nada disto é uma porta aberta para descarregar frustrações e acabar por interferir num percurso - numa vida. Aquilo que somos e fazemos só o fazemos por ser correcto para nós. Por haver consentimento. Por sermos felizes assim. Tudo o que vai contra a nossa felicidade e o nosso consentimento não é aceitável. Nunca. É revoltante. É doente. É inexplicável. Não existe forma de descrever o quão errado é; o quão triste fico. Felizmente, ao longo da minha vida construí círculos onde posso ser eu - espontaneamente. Gostava de ter o dom da partilha e dar a quem não tem, o poder de respeitar. Aceitar. Não magoar. Gostava ainda mais de ter o poder de abraçar todas as pessoas vítimas de todos os crimes de ódio; de todos os crimes que existem pela falta de respeito e pela imbecilidade de pessoas que não são ninguém.
É chocante? É. Acontece? Sim. É incrível o facto de vivermos numa sociedade que precisa de ter representações tão chocantes para alertar o que acontece para lá de bastidores e das produções. A imagem que me fica do episódio, é de um olhar sem vida. De uma vida cada vez menos vida, sempre que alguém a tenta desrespeitar. Outros olhares que me recordam são os de pânico. Os de medo. Os olhares de quem não pode fazer nada e por não poder fazer nada, esquece que existe. Viver num mundo onde existem países que legalização a violação é doente. Viver num mundo onde a taxa de violações é como é, é doente. Muitas vezes sinto que não faço parte disto, que não quero fazer. Mas faço. Sou Mulher e estou muitas vezes perante situações de risco. O que desenvolvi enquanto capacidade de defesa, pode parecer suficiente, mas não é. Nunca é. A culpabilização das Mulheres face a roupas; face ao álcool; face ao comportamento - está totalmente errada. Ninguém tem o direito de culpar uma vítima. É sempre chocante ver representações de violações em filmes ou séries. O coração fica pequeno. É sempre chocante ver que tanta gente ignora as consequências deste acto de crueldade. O Mundo devia ser um lugar bonito. De amor. Para amar. A Natureza não pertence a ninguém embora exista quem ache ser grande o suficiente para destruir tudo o que nela existe. Somos filhxs de tudo - somos Pessoas iguais. O medo de ser agredida numa rua, ao fim da noite, é monstruoso. Não consigo entender a raiva que muitxs carregam para fazerem tanto mal. A orientação; o género; as escolhas de cada um não são pretexto para a maldade e a crueldade. Não são argumento para se ser imbecil. Sermos quem queremos ser. Nascermos Mulheres. Amarmos quem queremos amar. Não nos identificarmos com construções de género formatadas. Gostarmos muito ou pouco de sexo. Não gostarmos nada. Gostarmos demasiado. Nada disto é uma porta aberta para descarregar frustrações e acabar por interferir num percurso - numa vida. Aquilo que somos e fazemos só o fazemos por ser correcto para nós. Por haver consentimento. Por sermos felizes assim. Tudo o que vai contra a nossa felicidade e o nosso consentimento não é aceitável. Nunca. É revoltante. É doente. É inexplicável. Não existe forma de descrever o quão errado é; o quão triste fico. Felizmente, ao longo da minha vida construí círculos onde posso ser eu - espontaneamente. Gostava de ter o dom da partilha e dar a quem não tem, o poder de respeitar. Aceitar. Não magoar. Gostava ainda mais de ter o poder de abraçar todas as pessoas vítimas de todos os crimes de ódio; de todos os crimes que existem pela falta de respeito e pela imbecilidade de pessoas que não são ninguém.
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