Roma eterna





Roma eterna. Lembrava Lisboa e o Sol aquecia todas as ruas de pessoas que pareciam igualmente apaixonadas pela cidade. Simples. Sem Fado mas com comida que canta. Consegui viver sentimentos diferentes e em nenhum momento senti a cidade de braços indisponíveis. Acolhedora. 

Foi data de festejos também. Foi data de existirmos enquanto Romance. Amei imenso e nem sempre o consegui dizer - mas as paredes gritavam amor e ajudavam-me de forma sensível. Invisível. Os gritos eram escritos no vento leve e na mota serena ao passar ao lado de grandes momentos. Monumentos. Amarelos, brancos e bravos. Vi história e quis fazer história, poetizando cada pensamento. Aprendi a dizer coisas cantadas, tentei. Quis ser parte. Fazer parte. Quis ser Teatro e Eterna. Quis abrir as asas e voar por cima das cabeças aquecidas e dos bancos vazios. Ir ver o mar longe e amar perto. 



Roma trouxe-me concretização. Perceber que posso ser leve. Perceber que o monstro que me atropela ou me prende os pés vai estar ali mas que isso não significa que me vai impedir de ser feliz. Fui feliz. Ansiosa, nervosa – fui. Cada viagem é uma prova como essas olímpicas - e a minha medalha é não desistir. A minha medalha foi o cheiro a pinheiros enquanto um amor conduzia. O cheiro a Verão português num sítio tão longe. Lembrava infância. Adormeci muitas vezes sobre os ombros de quem me guiava, um adormecer que significa acordar. Despertar. Sentir o vento, imortalizar o cheiro e ouvir os detalhes da viagem. Da paisagem. Da passagem.



Roma trouxe-me cansaço e estou grata – arrancar-me da cama e fazer-me ser passos em espaços tão cheios de vida. Tão cheios de morte. Roma é um paradoxo, também eu sou - só não sou eterna.





 (foto tirada por Carolina Torres
Restantes ftografias tiradas e editadas por mim.)

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