Novamente - nunca fomos amor.

Se me dissessem que te voltaria a escrever, ria-me. Nunca com um ar de gozo. Superior. Ria-me por ter as palavras esgotadas. Por já te ter dito tudo. Por já te ter sido tudo. Por nunca me teres sido – com humildade – nada. Perdão é ensinado em forma de testamento. Aqueles das famílias. Das mães que nos ensinam que não perdoar só nos corrói, destrói. Perdoei. Sem razão nem porquê – pelo meu bem estar? Sim. A minha alegria. 

Na verdade este exercício óbvio de reflexão não é nem poderá ser lido como uma carta para ti – mas sempre como um ponto final em mim. Não dos românticos. Esse? Não foi preciso. Nunca foste amor que voa. Nem voz que entoa. Sempre foste um carinho disfarçado de obsessões. Possessões. Hoje acordei a doer(me). Não me morreste por achar infantil tal expressão. Fico com a impressão que quando essas coisas se dizem nunca são verdade. São vaidade. São o ego a dizer que ultrapassou o que não se ultrapassa, e a falta de inteligência emocional não permite que nos vejamos – te vejas – como reflexo de dor alheia. Vergonha alheia. Lá andas mascarada e a vida, tão mágica, encarregou-se de me colocar no altar de amor. Sem eu escolher – só aceitar, que amar chega de todos os sítios. Todas as formas. Amor esse que ainda ontem se revoltava. A tua capacidade. (Des)capacidade. A energia, inteligente, trouxe-me a um sítio que temia. Temi. Temo. Um que te torna novamente mais real. Mais Gente. 

Decididamente nunca serei assunto acabado – nunca serei assunto conversado – pela minha magia de permanecer. Fosse poder meu e não seria mágica – Se fosse? Que servisse para acabar. Cortar. Abandonar todos os barcos que conheces e só magoas. Por o teres nas mãos. Por teres as pessoas nas mãos – No coração? Caprichos teus. 

Caprichada – eu – passeio-me com medo que sejas sombras, por todas as vezes que foste ameaça, por todas as vezes que tive que escolher cortar(me) as asas e não largar as casas. Ameaças. Caprichada – Eu – já caminho sem medo. Talvez em susto – jamais em medo. O perdão voltou para me acalmar: - Marta, lembra-te de vida antes disto. Depois disto. – Ah! Sanidade! Se não é por boa-vontade que não seja amizade – mas que também não seja agonia. 

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