Jazo


Porque tocam os sinos na minha cabeça – enquanto as ruas se enchem de cores que não as deste já Inverno (é meu, este Inverno.) Os olhos fecham-se, e num banco de jardim jaz a certeza da neve que não cai. Da música que não toca. Dos carros que não andam.
Os corpos passam e marcam-se enquanto silhuetas capitalistas nos meus olhos cerrados – finjo que não vos vejo: sóis tão desinteressante.
A minha manta parece ser tão fina quanto possível, e os meus pés gelados afastam a ideia de ser bonita esta época – em que as famílias (fingem) que são felizes.
Consigo perceber a lomografia da situação – a avenida da Liberdade parece-me extremamente lomográfica hoje, e o vento assobia as típicas músicas que me inquietam o peito. (Mas porque agora?) Está Sol – se abrir os olhos sei que está Sol – o meu interior no entanto vive o tempo enquanto inconstante que é –.
Os passos afastam-se; as pessoas dispersam; as luzes apagam-se. Já não se vende nas lojas caras. Uma avenida vazia enquanto jazo, num banco de jardim (e espero por ti, espero pela certeza de que não és passageiro.)

Comentários

Alexandre. disse…
hoje rebentou-te uma veia de inspiração,:o gosto tantoo deste! apesar de pronto, ser frio :/
Marta Guerreiro disse…
Tinha-os aqui guardados Alexandre <3 têm sido escritos.

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